domingo, 29 de março de 2020

*Bem-vindo ao Estado suicidário* por Vladimir Safatle


Você é parte de um experimento. Talvez sem perceber, mas você é parte de um experimento. O destino do seu corpo, sua morte são partes de um experimento de tecnologia social, de nova forma de gestão. Nada do que está acontecendo nesse país que se confunde com nossa história é fruto de improviso ou de voluntarismo dos agentes de comando. Até porque, ninguém nunca entendeu processos históricos procurando esclarecer a intencionalidade dos agentes. Saber o que os agentes acham que estão a fazer é realmente o que menos importa. Como já se disse mais de uma vez, normalmente eles o fazem sem saber.
Esse experimento do qual você faz parte, do qual te colocaram à força tem nome. Trata-se da implementação de um “Estado suicidário” como disse uma vez Paul Virilio. Ou seja, o Brasil mostrou definitivamente como é o palco da tentativa de implementação de um Estado suicidário. Um novo estágio nos modelos de gestão imanentes ao neoliberalismo. Agora, é sua face a mais cruel, sua fase terminal.
Engana-se quem acredita que isto é apenas a já tradicional figura do necroestado nacional. Caminhamos para além da temática necropolítica do Estado como gestor da morte e do desaparecimento. Um Estado como o nosso não é apenas o gestor da morte. Ele é o ator contínuo de sua própria catástrofe, ele é o cultivador de sua própria explosão. Para ser mais preciso, ele é a mistura da administração da morte de setores de sua própria população e do flerte contínuo e arriscado com sua própria destruição. O fim da Nova República terminará em um macabro ritual de emergência de uma nova forma de violência estatal e de rituais periódicos de destruição de corpos.
Um Estado dessa natureza só apareceu uma vez na história recente. Ele se materializou de forma exemplar em um telegrama. Um telegrama que tinha número: Telegrama 71. Foi com ele que, em 1945, Adolf Hitler proclamou o destino de uma guerra então perdida. Ele dizia: “Se a guerra está perdida, que a nação pereça”. Com ele, Hitler exigia que o próprio exército alemão destruísse o que restava de infraestrutura na combalida nação que via a guerra perdida. Como se esse fosse o verdadeiro objetivo final: que a nação perecesse pelas suas próprias mãos, pelas mãos do que ela mesma desencadeou. Esta era a maneira nazista de dar resposta a uma raiva secular contra o próprio Estado e contra tudo o que ele até então havia representado. Celebrando sua destruição e a nossa. Há várias formas de destruir o Estado e uma delas, a forma contrarrevolucionária, é acelerando em direção a sua própria catástrofe, mesmo que ela custe nossas vidas. Hannah Arendt falava do fato espantoso de que aqueles que aderiam ao fascismo não vacilavam mesmo quando eles próprios se tornavam vítimas, mesmo quando o monstro começava a devorar seus próprios filhos.
O espanto, no entanto, não deveria estar lá. Como dizia Freud: “mesmo a auto-destruição da pessoa não pode ser feita sem satisfação libidinal”. Na verdade, esse é o verdadeiro experimento, um experimento de economia libidinal. O Estado suicidário consegue fazer da revolta contra o Estado injusto, contra as autoridades que nos excluíram, o ritual de liquidação de si em nome da crença na vontade soberana e na preservação de uma liderança que deve encenar seu ritual de onipotência mesmo quando já está claro como o sol sua impotência miserável. Se o fascismo sempre foi uma contrarrevolução preventiva, não esqueçamos que sempre soube transformar a festa da revolução em um ritual inexorável de auto-imolação sacrificial. Fazer O desejo de transformação e diferença conjugar a gramática do sacrifício da auto-destruição: essa sempre foi a equação libidinal que funda o Estado suicidário.
O fascismo brasileiro e seu nome próprio, Bolsonaro, encontraram enfim uma catástrofe para chamar de sua. Ela veio sob a forma de urna pandemia que exigiria da vontade soberana e sua paranoia social compulsivamente repetida que ela fosse submetida à ação coletiva e à solidariedade genérica tendo em vista a emergência de um corpo social que não deixasse ninguém na estrada em direção ao Hades. Diante da submissão a uma exigência de autopreservação que retira da paranoia seu teatro, seus inimigos, suas perseguições e seus delírios de grandeza a escolha foi, no entanto, pelo flerte contínuo com a morte generalizada. Se ainda precisássemos de uma prova de que estamos a lidar com uma lógica fascista de governo, esta seria a prova definitiva. Não se trata de um Estado autoritário clássico que usa da violência para destruir inimigos. Trata se de um Estado suicidário de tipo fascista que só encontra sua força quando testa sua vontade diante do fim.
É claro que tal Estado se funda nessa mistura tão nossa de capitalismo e escravidão, de publicidade de coworking, de rosto jovem de desenvolvimento sustentável e indiferença assassina com a morte reduzida a efeito colateral do bom funcionamento necessário da economia. Alguns acham que estão a ouvir empresários, donos de restaurantes e publicitários quando porcos travestidos de arautos da racionalidade econômica vêm falar que pior que o medo da pandemia deve ser o medo do desemprego.
Na verdade, eles estão diante de senhores de escravos que aprenderam a falar business english. A lógica é a mesma, só que agora aplicada à toda a população. O engenho não pode parar. Se para tanto alguns escravos morrerem, bem, ninguém vai realmente criar um drama por causa disso, não é mesmo? E o que afinal significa 5.000, 10.000 mortes se estamos falando em “garantir empregos”, ou seja, em garantir que todos continuarão sendo massacrados e espoliados em ações sem sentido e sem fim enquanto trabalham nas condições as mais miseráveis e precárias possíveis?
A história do Brasil é o uso contínuo desta lógica. A novidade é que agora ela é aplicada a toda a população. Até bem pouco tempo, o país dividia seus sujeitos entre “pessoas” e “coisas”, ou seja, entre aqueles que seriam tratados como pessoas, cuja morte provocaria luto, narrativa, comoção e aqueles que seriam tratados como coisas, cuja morte é apenas um número, uma fatalidade da qual não há razão alguma para chorar. Agora, chegamos à consagração final desta lógica. A população é apenas o suprimento descartável para que o processo de acumulação e concentração não pare sob hipótese alguma.
É claro que séculos de necropolítica deram ao Estado brasileiro certas habilidades. Ele sabe que um dos segredos do jogo é fazer desaparecer os corpos. Você retira números de circulação, questiona dados, joga mortos por corona vírus em outra rubrica, abre covas em lugares invisíveis. Bolsonaro e seus amigos vindos dos porões da ditadura militar sabem como operar com essa lógica. Ou seja, a velha arte de gerir o desaparecimento que o Estado brasileiro sabe fazer tão bem. De toda forma, there is no alternative. Esse era o preço a pagar para que a economia não parasse, para que os empregos fossem garantidos. Alguém tinha que pagar pelo sacrifício. A única coisa engraçada é que sempre são os mesmos quem pagam. A verdadeira questão é outra, a saber: Quem nunca paga pelo sacrifício enquanto prega o evangelho espúrio do açoite?
Pois vejam que coisa interessante. Na República Suicidária Brasileira não há chance alguma de fazer o sistema financeiro verter seus lucros obscenos em um fundo comum para o pagamento de salários da população confinada, nem de enfim implementar o imposto constitucional sobre grandes fortunas para ter a disposição parte do dinheiro que a elite vampirizou do trabalho compulsivo dos mais pobres. Não, essas possibilidades não existem. There is no alternative: será necessário repetir mais uma vez?
Essa violência é a matriz do capitalismo brasileiro. Quem pagou a ditadura para criar aparatos de crimes contra a humanidade na qual se torturava, estuprava, assassinava fazia desaparecer cadáveres? Não estavam lá dinheiro de Itaú, Bradesco, Camargo Correa, Andrade Gutierrez, Fiesp, ou seja, todo o sistema financeiro e empresarial que hoje tem lucros garantidas pelos mesmos que veem nossas mortes como um problema menor?
Na época do fascismo histórico, o Estado suicidário mobilizava-se através de uma guerra que não podia parar. Ou seja, a guerra fascista não era uma guerra de conquista. Ela era um fim em si mesmo. Como se fosse um “movimento perpétuo, sem objeto nem alvo” cujos impasses só levam a uma aceleração cada vez maior. A ideia nazista de dominação não está ligada ao fortalecimento do Estado, mas a um movimento em movimento constante. Hannah Arendt falará da: “essência dos movimentos totalitários que só podem permanecer no poder enquanto estiverem em movimento e transmitirem movimento a tudo o que os rodeia”. Uma guerra ilimitada que significa a mobilização total de todo efetivo social, a militarização absoluta em direção a uma guerra que se torna permanente. Guerra, no entanto, cuja direção não pode ser outra que a destruição pura e simples.
Só que o Estado brasileiro nunca precisou de uma guerra porque ele sempre foi a gestão de uma guerra civil não declarada. Seu exército não serviu a outra coisa que se voltar periodicamente contra sua própria população. Esta é a terra da contrarrevolução preventiva, como dizia Florestan Fernandes. A pátria da guerra civil sem fim, dos genocídios sem nome, dos massacres sem documentos, dos processos de acumulação de capital feitos através de bala e medo contra quem se mover. Tudo isso aplaudido por um terço da população, por seus avós, seus pais, por aqueles cujos circuitos de afetos estão presos nesse desejo inconfesso do sacrifício dos outros e de si há gerações. Pobres dos que ainda acreditam que é possível dialogar com quem estaria nesse momento a aplaudir agentes da SS.
Pois alternativas existem, mas se elas forem implementadas serão outros afetos que circularão, fortalecendo aqueles que recusam tal lógica fascista, permitindo enfim que eles imaginem outro corpo social e político. Tais alternativas passam pela consolidação da solidariedade genérica que nos faz nos sentir em um sistema de mútua dependência e apoio, no qual minha vida depende da vida daqueles que sequer fazem parte do “meu grupo”, que estão no “meu lugar”, que tem as “minhas propriedades”. Esta solidariedade que se constrói nos momentos mais dramáticos lembra aos sujeitos que eles participam de um destino comum e devem se sustentar coletivamente. Algo muito diferente do: “se eu me infectar, é problema meu”. Mentira atroz, pois será, na verdade, problema do sistema coletivo de saúde, que não poderá atender outros porque precisa cuidar da irresponsabilidade de um dos membros da sociedade. Mas se a solidariedade aparece como afeto central, é a farsa neoliberal que cai, esta mesma farsa que deve repetir, como dizia Thatcher: “não há essa coisa de sociedade, há apenas indivíduos e famílias”. Só que o contágio, Margareth, o contágio é o fenômeno mais democrático e igualitário que conhecemos. Ele nos lembra, ao contrário, que não há essa coisa de indivíduo e família, há a sociedade que luta coletivamente contra a morte de todos e sente coletivamente quando um dos seus se julga viver por conta própria.
Como disse anteriormente, alternativas existem. Elas passam por suspender o pagamento da dívida pública, por taxar enfim os ricos e fornecer aos mais pobres a possibilidade de cuidar de si e dos seus, sem se preocupar em voltar vivo de um ambiente de trabalho que será foco de disseminação, que será a roleta russa da morte. Se alguém soubesse realmente fazer conta nas hostes do fascismo, ele lembraria o que acontece com um dos únicos países do mundo que recusa seguir as recomendações de combate à pandemia: ele será objeto de um cordão sanitário global, de um isolamento como foco não controlado de proliferação de uma doença da qual os outros países não querem nunca mais partilhar. Ser objeto de um cordão sanitário global deve ser realmente algo muito bom para a economia nacional.
Enquanto isto nós lutamos com todas as forças para encontrar algo que nos faça acreditar que a situação não é assim tão ruim, que tudo se trata de derrapadas e destemperos de um insano. Não, não há insanos nessa história. Esse governo é a realização necessária de nossa história de sangue, de silêncio, de esquecimento. História de corpos invisíveis e de capital sem limite. Não há insanos. Ao contrário, a lógica é muito clara e implacável. Isso só ocorre porque quando é necessário radicalizar sempre tem alguém nesse país a dizer que essa não é ainda a hora. Diante da implementação de um Estado suicidário só nos restaria uma greve geral por tempo indeterminado, uma recusa absoluta em trabalhar até que esse governo caia. Só nos restaria queimar os estabelecimentos dos “empresários” que cantam a indiferença de nossas mortes. Só nos restaria fazer a economia parar de vez utilizando todas as formas de contra-violência popular. Só nos restaria parar de sorrir, porque agora sorrir é consentir. Mas sequer um reles pedido de impeachment é assumido por quem diz fazer oposição. No que seria difícil não lembrar dessas palavras do evangelho: “Se o sal não salga, de que serve então?”. Deve servir só para nos fazer esquecer do gesto violento de recusa que deveria estar lá quando tentam nos empurrar nossa própria carne servida a frio.”
*
Vladimir Safatle, professor livre-docente do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo, professor convidado das universidades de Paris VII, Paris VIII, Toulouse, Louvain e Stellenboch. É um dos coordenadores do Laboratório de Pesquisas em Teoria social, Filosofia e psicanálise (Latesfip/USP)

sábado, 28 de março de 2020

tardius mori


"Do que adianta estar no meio de tanta gente ,se ninguém percebe os sinais ,e a vida de torna invisível a quem importa ."

"Diante do erro , o caos se torna algo ,facilmente quebrável aos seus olhos"

"A dor sempre esteve aqui, mas a mascara nunca te deixou ver ,mesmo durante as piadas ."

"Eu nunca mais vou dizer que estou mal , sorrisos combinam mais com as assas quebradas ,"

"A vida continua sendo somente minhas perdas e danos."

"As pessoas nunca se importaram tanto com a imagem ,e tão pouco com o conteúdo."

"Quando se nota a dor , é o momento de estar ao lado."

Há uma quantidade enorme de mãos estendidas ,mas não para serem tocadas, mas sim para terem seus pulsos cortados ."




sexta-feira, 27 de março de 2020

matemática jurídica e quarentena .


Eu me sentia as vezes ,como uma pessoa em prisão domiciliar,os bandidos la fora. e eu preso dentro de casa ,Daí veio um vírus e tudo mudou , é....bem vindo ao meu mundo ,povo que ostenta .
Hoje é o decimo(10) dia. de uma quarentena que tem a previsão de  dois (2) meses ,Por isso ,juridicamente eu já cumpri 1/6 da pena , pelas lei brasileira , hoje eu já ganho o regime semi aberto !

segunda-feira, 23 de março de 2020

Decapitando sentimentos.


"Cansado com a falta de sensibilidade ,e crueldade das pessoas ."

"A pior coisa é projetar nas pessoas algo que elas negligenciam."

"Cada milimetro de você , faz a minha cabeça rodar , contagiar , a vida mudar ."

"Pra uma coisa incerta pra uma pessoa ,sempre tem alguém que se machuca."

"A qualidade se esconde, atras do constrangimento ,os defeitos explodem durante a briga .!

"Dor ,é uma sala que temos que passar .passou da porta vamos sempre pra outro lugar."

cada um tem o apocalipse que merece.


O apocalipse esta sendo um pouco diferente do que se foi mostrado pela ficção , ou pelas inscrições bíblicas , na verdade o mundo esta se acabando em fogo uma vez que morte infecção viral ,os corpos são incinerados,mas o curioso é que os zumbis ,se manifestam em pessoas vagando em aglomeração buscando não cérebros mas rolos de papel higiênico ,e álcool gel , o caos é visivelmente manifestado no fogo do rabo das pessoas ir a praia ,ou nos velhos que teimam em compra pão,é estranho ver que o tempo em confinamento nunca foi tão mal gasto , o cara fica em casa , se revezando entre trepar, comer e rede social , quando a quarentena terminar (se é que isso vai ter fim ) teremos duas coisas ,muita gente morta e uma monte de mulher gravida pra recolocar a população perdida de volta a prateleira do mundo,e em meio uma pandemia o presidente ,(se é que se pode chamar "isso " de presidente")faz Live ,dizendo que é tudo um grande exagero,que os aeroportos não tem que ser fechado,é muito fácil falar estando fora do problema,e o mais absurdo é que ,ainda tem gente que defende ,e quem defende não consegue se atentar aos fatos ,e fica desfilando na rua como se estivesse na sala de casa , colocando a mão em tudo ,e lambendo os dedos ,ao comer churros em aglomeração. .

sábado, 21 de março de 2020

Queijo.


Pessoas passam por nossas vida,algumas não fazem diferença , outras tem o dom de nos marcar tão profundamente ,que quando se vão ,é como se um enorme buraco vazio se abrisse ,e não temos como contorna-lo pra chegar do outro lado da vida ,é difícil encontra algo que sempre desejou em alguém , e  se sentir feliz e pleno estando junto , é...eu me sentia vivo ,tudo batia ,sentimentos e afinidades,o meu ritmo mudou ,as coisas descobriram sabor ,e do nada ,o buraco vazio  enorme que se criou em mim , ..eu nunca soube jogar com as pessoas e seus sentimentos , nunca soube mentir ,ou dissimular nada ,eu sempre fui ,o que eu sou ,a pessoa que tem "N" problemas ,complicado ,mas nunca deixei de mostrar o que eu queria ,e eu só quero ser compreendido e amado ,As pessoas nunca me entenderam ,e a culpa sempre foi exclusivamente minha ,se a vida das pessoas não vêm com manual,a minha então. é algo indecifrável, que incomoda aos outros ,e a mim mesmo.
Olha ,você conseguiu mudar muita coisa,em mim, me fez acreditar em algo que eu já havia perdido a fé ,e é fácil as pessoas perceberem o brilho dos meus olhos ,enquanto eu estava com você ,a mudança em mim  era visível. Eu nunca consegui me restruturar por completo , e nem quero ,pois isso seria te esquecer ,e eu não quero que isso aconteça .Mas respeito a sua posição ,e se você esta feliz sem mim ,eu tenho que respeitar , assim como eu sempre vou estar aqui pra você.

Rio de janeiro .solidariedade e união.




Relato de quarentena de 20/03/2020

ONG´s fazendo a diferença no Estado do Rio de Janeiro,
pessoas das comunidades do Vidigal , e Rocinha estão mais vulneráveis ao coronavírus ,depois das fortes chuvas do inicio do mês as pessoas perderam tudo ,até mesmo a moradias , e se encontram nas quadras ,e espaços culturais das comunidades ,as autoridades não permitem o acesso a entrada das comunidades por determinação preventiva , pra conter o contagio.

temos contabilizados cerca de 15 famílias ,pessoas idosas , crianças e gestantes que precisam ser atendidas , e dados suportes de Kits de gestantes, e cestas básicas. e nessas comunidades também foram descoberta a presenças de turistas de diferentes nacionalidades contidas nos hostel´s presentes nas comunidades ,

no caminho ,presenciei pessoas que aplaudiam os médicos que chegavam e saíam dos plantões na porta do hospital HCE ,(hospital servidores do Estado )

A rede de lanchonete Subway resolveu contrariar as ordens da prefeitura do Rio de Janeiro e abrir suas lojas nos shoppings para fornecer os lanches de graça ,aos moradores de rua , e as pessoas de serviços primários como ,  defesa civil, bombeiros , guardas municipais e isso se estendeu aos moradores de rua .

Em reunião com a todos ativistas , políticos , Ong´s e lideranças sociais ,o que nos foi passado pelo próprio governador é ,esquecer todas as diretrizes e lados e salvar o maior numero de pessoas possível no nosso Estado ,a essa altura já pensávamos em fechar o aeroporto ,mesmo que se fosse a força.

Relato da quarentena de 21/03/2020

O  bloqueio feito pela policia militar cedeu nas portas das comunidades , algumas pessoas das ONG
's finalmente podem subir , e quando começamos a subir descobrimos que a ajuda vem de lugares que menos esperamos , o trafico de drogas ,obrigou um toque de recolher para toda a comunidade , eu nunca vi uma favela carioca tão silenciosa , também ordenou a saída imediata de todos os turistas dos hostel"s e proibindo a subida de qualquer pessoa estrangeira na comunidade , e ainda fizeram alguns comerciantes internos a resolverem as necessidades das pessoas sem moradia .

os Kit"s gestantes ,cestas básicas.cobertores ,medicamentos foram entregues ,e as lagrimas eram vistas em todos que participaram da ação .

os idosos ,e portadores de doenças crônicas estão sendo colocado em quarentena em hoteis ,conseguidos pela prefeitura do Rio. na Barra da Tijuca.

Ação solidaria também do supermercado extra que distribuía sabonete pra os idosos e moradores de rua .

quem mora no Rio de Janeiro ama essa cidade, e sabe o significado de ser carioca ,hoje sabe que o nosso povo ,é muito mais do que se espera dele ,e hoje eu que andava completamente desacreditando nas pessoas , tive a certeza que pessoas boa ,e dispostas a ajudar existem ,e são o que fazem a diferença no nosso mundo.

A frase que se tornou eco nos becos das comunidades é, "isso vai passar!"


terça-feira, 17 de março de 2020

agradecimento e queda .


Parece que o destino fica tomando conta ,pra sacanear com a vida mesmo , ele vinha protelando um tratamento dentário a muito tempo ,por falta de grana , por falta de tempo , por medo , e pelo simples ato de se acomodar .afinal ,retirada de ciso não é algo que seja ,recebida com felicidade ou grande acontecimento , pois bem ...lá fui eu a uma clinica Top de linha ,Raio X modernos , equipamentos a laser , e profissionais que tem mais diplomas que paredes para pendura-los ,nunca me agradou a ideia de pagar para sentir dor , pra ter ideia ,nem tatuagem tenho ,simplesmente pelo fato da ideia de agredir o corpo ,mas .as circunstancia me fizeram fazer a retirada do tal dente ,durante uma conversa foi passado os dentistas que não seria um procedimento normal , sou hiperativo e o meu estado biológico me faz resistir mais intensamente a qualquer medicamento ,no caso a anestesia não funciona em doses baixas , e durante o procedimento o dobro do anestesia foi usado ,e ainda assim eu senti toda uma parcela de dor  no momento que tiveram que serrar uma boa parte do osso do maxilar ,durou ao todo 4 horas ,e ao todo foram 9 pontos ,e quando fui pra casa ,ainda fiquei 10 dias tomando 8 medicamentos diferentes , para combater infecções ,e possíveis alergias e mais um medicamento para dormir , pois nenhum dos medicamentos fariam efeito se eu não estivesse dormindo ,por ser hiperativo ,metade do meu rosto tão inchado que nem ouvir eu consigo , comer ?? os primeiros dias só co um canudo e tudo liquido , e sendo acordado 3 vezes durante o dia , só pra comer e higiene ,o meu humor foi pro saco , eu sei o que é isso ....já passei por isso ...e sei que se não tiver alguém ao lado nesse momento , eu posso fazer merda ,de tão eufórico e tão depressivo , pouca gente entendo o que é chegar na beira do abismo de insanidade ,,,,acabo que brigo com gente ,que só estão por lá , por que te amam, e te querem bem ...mas a razão falha na hora da loucura , e só fica que realmente esta do seu lado ,eu já afastei muita gente que eu amo assim ,e não me orgulho e me arrependo disso .Dessa vez eu tive dois amigos , dois anjos, do meu lado pra me dá suporte me não me deixar cair na tentação de fazer merda ,nenhum deles deveria estar aqui ,mas ficaram , apesar do meu péssimo humor , e a minha loucura , um deles ..é o Edu ,cara ,,,a dua vida já tá um inferno ,tendo que se segurar psicologicamente fragilizado por estar com um câncer na garganta ,te confesso que eu não achei que você ,teria estrutura pra me segurar como um irmão que eu nunca tive, e o segundo anjo ,é um moleque de 19 anos ,apelidado Fodido , esse garoto tem esse apelido carinhoso pois , de tanto se machucar brincando na rua ,preferiu deixar de andar de bike , jogar futebol, ou skate ,pra vir me pedir uns livros emprestados , e ainda assim, ainda consegue cortar os dedos no papel , O meu calvário esta quase acabando ,mesmo ainda com muita dor , Mas ,só desta vez ter passado com esse dois malucos ,do meu lado me ajudando ,foi muito melhor o processo da minha recuperação , e eu não tenho palavras ,e lagrimas pra agradecer vocês dois .  

segunda-feira, 16 de março de 2020

Palavras (o estrago que elas fazem )



Não diga
Aquilo que você 
Não pode sustentar
O que  diz vai te levar 
A um lugar onde ....
As palavras vão te magoar .

E acreditar ,
Remediar, 
Chorar, 
e finalmente desapontar
E partir pra nunca mais voltar
(a que ponto chegou )
se afastar .

Se não teve a complacência,
ou decidiu sem ter a decência , 
ou a educação de conversar 

Agora na garganta um nó, 
que nunca desata 
Perdeu ,esta só . 

Não diga
Aquilo que você 
Não pode sustentar
o que  diz vai te levar 
A um lugar onde ....
As palavras vão te magoar .

Pattyfe Millman    
                                                                         

  * "se não consegue entender quem esta ao seu lado , de todas as formas ,sem colocar de lado tudo que tem na bagagem , o melhor é se afastar pra sempre ."








sexta-feira, 13 de março de 2020

Demônio de hoje .são os anjos de amanhã.




Não sei muito bem o que ocorre quando ,os medicamentos se misturam em alguém biologicamente agitado como eu , hiperativo em alto grau, só sei que é terrível pra mim , é triste as coisas que se passam pela cabeça , e pior é nunca conseguir mantelas dentro da boca , sempre perdendo , sufocando , atacando, e oscilando , para quem esta de fora , relata atitudes discursas e contraditórias que indeferi do que realmente sou , pra quem não conhece , incontrolável , engraçado e completamente desconecto de tudo ,e sem desapego nenhum a nada , pra minha consciência ...é um inferno onde eu consigo ser o meu próprio diabo punitivo , e o castigo sempre é a porra do arrependimento ,o chorar escondido ,a revolta e perda do distanciamento de quem não entende .eu simplesmente me sinto uma maquina, que não para enquanto não faz uma merda muito grande.sempre foi assim  ,e hoje , isso se repete .a sorte dessa vez que eu tenho pessoas do meu lado , me colocando sob controle , e me obrigando. pro meu bem a definir regras , eu juro que eu não queria nada disso, eu queria só ,ser entendido e que as pessoas saibam que , não sou o padrão de pessoa normal esperada por todo mundo , e isso me faz falho, falho para conversar algo mais serio , falho para ser profissional ,queria saber...quem algumas pessoas ,acham que são para querer definir alguém ?  nunca tive muitas pessoas ao redor para ajudar ,entender , ou simplesmente me pegar pela mão , e me acalmar e dizer que toda dor vai passar ,e enquanto isso essa minha condição vai colocando as pessoas ao meu redor a prova , quem tem força ama e tem personalidade fica , quem não tem ,vira as costas ,e se coloca em evasão ,é difícil ...mas entendo a idealização das pessoas , a seleção de quem, quer ao seu lado ,a composição de um padrão que eu nunca vou me encaixar , pois eu nunca me senti pertencente a um mundo que é lento , e não deito por mim .o curioso nisso tudo é que quem cuida sempre são os que ,não esperamos ter forças , e com problemas de saúde bem piores que a minha condição ,e ,é a essas pessoas que mesmo não tendo meu sangue ,me mostra o que é ser irmão, em entender , apoiar , preocupar , e respeitar .

"Os mesmos demônios que julga , voltaram como anjos para te salvar"

segunda-feira, 9 de março de 2020

PREFIRO A VERDADE !




Sabe o que acontece ?? as pessoas na sua grande maioria tem um defeito terrível , que é não saber enxergar o outro pelo rotulo que apresenta , ou seja aparência , assim se tornam seletivas , e muito preconceituosas , eu tenho descendência alemã e isso me torna fisicamente enquadrado a um modelo de beleza padrão que eu odeio, a primeira vez que eu deixei a barba simplesmente crescer ,as pessoas simplesmente , opinavam na estética ,usavam o fato como motivo de zoação , nunca fui de esquentar com o que os outros diziam , mas me incomodava com isso ,pela atitude , na época eu também  usava os cabelos bem compridos , e para fazer como experiência , resolvi colocar dread locks , e para meu espanto descobri que as pessoas , achavam estranho , a ponto de não querer sentar no ônibus comigo , eu ser barrado na porta giratória do banco , cheguei a ouvir de um rapaz negro que eu não podia usar dreads pois aquilo era coisa exclusiva da cultura afro descendentes .quando fui raspara a cabeça para retirada dos dreads e fiquei careca as pessoas também , me olhavam de forma estranha ,enfim ...durante esse tempo eu tive a dimensão o quanto as pessoas são criteriosas e mesquinhas em selecionar as pessoas por aparência , e não pelo seu caráter. o que realmente representa , a questão de ver o outro com os olhos da alma , de dentro pra fora , e não de fora pra dentro . "talvez esse organismo que habitamos , seja só uma desculpa pra esconder o que realmente somos, e é isso que importa . "

Anjos das asas Lilás.


Não Há muito a fazer ,quando se nota a fragilidade nas pessoas, mesmo no momento que a consciência  das pessoas ao redor, beiram ao desespero , e um pai pede pra se afastar ,mesmo que a forma seja truculenta , qualquer um acata a ordem ,por temer pela sua sanidade , e integridade física,e foi essa a atitude a ser tomada ...Não por desistência,ou medo ...gente como nós não é dominada por medo ou ameaças , E para quem tem pouco conhecimento , pode achar que a distancia é algo que vai ao alcance limitado de suas visões, mas não é ..eu estou perto diariamente ,de formas que ninguém tem ideia ,eu disse uma vez que "a nossa percepção ,é algo muito frágil,para quem caminha como uma sombra ." E é dessa forma que eu me mantive longe .
Eu sei que a pedra continua guardada ,na caixinha , e você sabe que o caminho ,sempre esteve aberto a mim , e eu continuo a esperar ,eu sei o que foi montado durante esse tempo , Não espere que eu vá atrás de você ,saindo das sombras ,depois do que ocorreu ,a porta sempre esteve aberta pra quem tem o peso de um elfo nos ombros . 

domingo, 1 de março de 2020

pequena tragédia individual.



"Felicidade é rir com comentários engraçados, entre os mais chegados , tristeza ,é escrever e chorar ,sem que ninguém saiba. "

"A probabilidade de vida que colocamos no outro , acaba acarretando uma dor ,ainda maior que o amor,"

"No labirinto dos meus sentimentos ,eu me perco na minha insanidade ."

"Eu estou cansado de esperar você voltar pro meu coração ,vou deixar a porta aberta ,e deixar a tristeza da vida me levar ."

"Não transforme a revolta dos outros, na sua revolta ."

"Nunca vai haver democracia que ande de mãos dadas com o capitalismo .e por isso ,mais e mais ,a população de rua cresce , junto com o crescimento desordenado das favelas . "


Sinais.


"Eu tenho espaços vagos, ao seu lado ,
onde eu possa passear ,
estado pertinente ,
que só quem tem, é inteligente ,
e pode notar .
onde nem sempre,presente
felicidade é notar
o quarto onde esta
mas a poeira suspensa no ar ."

fogus factus fetus

  "Eu entendo que de tanto olhar os erros se manteve um tanto ausente , E pelo pouco tempo que te resta decidiu estar presente ."...